REFLEXÕES/DIVAGANDO
NOBRE MISSÃO
SER PROFESSOR
- Não é uma actividade ou função pública, privada ou particular qualquer…
- Não é um exercício de escrita à máquina, no computador ou à mão…numa secretária, repartição, consultório ou gabinete;
- Não é o mesmo que desempenhar funções técnicas ou administrativas em qualquer sector público, privado, empresarial ou industrial;
- Não é o mesmo que trabalhar o campo com alfaias agrícolas, confeccionar ou fabricar diferentes matérias com diversos materiais sólidos, líquidos ou gasosos;
- Nas diversas actividades, o homem manuseia material inerte que corta, parte, junta, cola, mistura, etc.; escreve, desenha, pinta, constrói, destrói, apaga, emenda, corrige utilizando o canivete, a borracha, um clique, os inúmeros ingredientes para limpar, eliminar ou corrigir…
- O
professor, na sala de aula com os alunos trabalha,
essencialmente, não com sólidos, líquidos ou gasosos, canetas, lápis,
papel, máquinas ou computadores, mas com seres humanos… pessoas;
- Os
erros que os administrativos, os dactilógrafos, os técnicos, os
informáticos… cometem, corrigem-nos utilizando utensílios, outros
ingredientes adequados ou um “clique”;
- Os
erros que o professor pratica e grava na mente, na
inteligência, na alma dos seus alunos, não podem ser corrigidos, apagados
ou eliminados com borracha, canivete, “cliques” ou outros ingredientes… está
a trabalhar seres humanos, crianças e jovens em formação e desenvolvimento… pessoas…!
Senhor Professor ou
candidato a professor,
já reflectiu sobre isto e na sua enorme responsabilidade moral, profissional e cívica ?!...
- O professor é funcionário público, sujeito às normas, leis e regulamentos do pessoal da função pública; é professor dentro e fora da sala de aula, mas não só… É, sobretudo, um educador, mas também um modelador de mentes –sãs, doentias ou perversas, - conforme o seu comportamento, o seu procedimento, a sua actuação, o seu exemplo dentro e fora da escola ou da sala de aula, porque a sua acção se projecta na área ou meio em que vive.
- O professor/educador, além do elevado nível de conhecimento gerais e científicos do ramo ou grau de ensino da sua carreira, tem de ser “alfobre de princípios de ética, de civismo, , de sã moral., de dignidade, de nobreza de carácter, de generosidade, de caridade, de amor, e luz que ilumine a alma e todo o ser da criança/alunos, e não sombra que ofusque ou mate”…
- O professor, como educador que é, tem de comportar-se na “vida e na sociedade”de maneira a merecer todo o respeito e consideração, praticando pelo seu exemplo a acção educativa que lhe incumbe;
- O professor é o orientador, o coordenador do aluno na descoberta da verdade, (e só a verdade sem sofismas ou malabarismos), dos seus sentimentos, dos seus conhecimentos linguísticos e literários, históricos, científicos, artísticos, físicos, morais, cívicos e religiosos, velando com carinho, diligência e amor, o seu harmonioso desenvolvimento físico, moral, mental e psicológico;
- O professor, porque educador, tem de ser escrupulosamente pontual, cultivando nos alunos o preceito cívico da pontualidade como demonstração de respeito por si e especialmente pelos outros…
- O professor tem na sua turma alunos de diversas categorias étnicas, sociais, religiosas, e de diferentes capacidades mentais, com dificuldades visuais, auditivas, motoras… etc.,a todos devendo tratar da mesma forma, sem descriminações, suscitando-lhes delicadeza de sentimentos e cortesia no seu procedimento;
- O professor tem de estar consciente da sua enorme responsabilidade nas sua funções de:
- ensinar (conduzindo os alunos à descoberta do saber e
conhecimentos);
- educar
(incutindo-lhes sentimentos de dignidade, de respeito mutuo, de reverenciar a
independência e a liberdade do próximo, do amor a si próprio, aos companheiros
e colegas, extensivo a todos os seres e, através deles, levar à família normas
morais, éticas, cívicas e educativas);
- santificar (se
for crente) ou simplesmente,
-“humanizar”(se não for crente);
- A profissão de professor exige sacrifício, doação total, amor às crianças e alunos como seus “segundos filhos”, determinação no desenvolvimento desses seres humanos em futuros cidadãos que venerem a verdade, a dignidade, a honra, o carácter impoluto, a solidariedade…e repudiem a mentira e a falsidade, a corrupção…
- O professor consciente da sua responsabilidade profissional, senti-la-á como autêntico “sacerdócio”. E, se assim não for, certamente que estará errado na profissão que exerce. Pense nos prejuízos e males que a sua má ou deficiente actuação provoca aos alunos e famílias, à sua terra, ao seu País, à sociedade, à humanidade;
- O professor, na turma, tem 15, 20, 30… almas ávidas de conhecimento, não são máquinas, por isso, na sua acção docente deve “despir-se da sua natureza e qualidade de adulto e vestir a condição de criança ou de adolescente, irradiando para o íntimo do seu ser, luz que lhe crie um misto de gratidão, de esperança e de confiança;
- Nem todas as pessoas têm aptidão, capacidade ou tendência para ser professor. Às Escolas e Institutos que formam professores, cabe a grande responsabilidade da sua formação ética, científica, pedagógica, didáctica, moral e cívica, desviando cuidadosamente, com respeito pela sua liberdade e independência, com lealdade, justiça e dignidade, os ineptos para o magistério, orientando-os para cursos e funções que não prejudiquem crianças, adolescentes e jovens em desenvolvimento, a sociedade, as famílias…e em cujas funções se possam realizar com nobreza e melhor servir a humanidade.
- A
função e missão do PROFESSOR não deve ser vista e avaliada como qualquer
outra da vida humana, não só pela natureza
dos seres que e com que trabalha, mas também pela
repercussão e consequências da sua actividade e actos pessoais da vida e futuro
do educando, das suas famílias, do meio onde exerce, na sociedade, no País
e, logicamente, na humanidade. A carreira
de professor exige-lhes uma ÉTICA DEONTOLÓLICA profissional, com
normativos, princípios e fundamentos científicos, pedagógicos, psicológicos,
didácticos, morais, sociais e cívicos, estabelecidos e controlados por um órgão que imponha dignidade,
respeito, confiança e prestígio à função de professor – “A ORDEM DOS PROFESSORES”.
Viana do Castelo, 15/09/2010
Vafonso
NOTA :- É tempo de todos os
professores, isentos de preconceitos de categoria, carreira ou grau de ensino
(básico, secundário ou superior) se unirem e lutarem corajosamente contra todas
as oposições à criação da Ordem dos Professores.
Em 14/11/2013
Sem comentários:
Enviar um comentário